Animais
Descoberta arqueológica desafia a teoria da evolução! Será?
Notícia afirma que um cientista teria descoberto tecidos moles em fósseis de dinossauro, provando que a Terra seria bem mais nova do que se pensava! Será verdade?
Na primeira quinzena de agosto de 2014, o anúncio de uma descoberta arqueológica colocaria em risco tudo o que se afirmava até então com relação à Teoria da Evolução. De acordo com um texto que se espalhou em diversos sites e blogs, o cientista cristão Mark Armitage foi demitido da Universidade Estadual da Califórnia (EUA) por questionar a idade dos dinossauros!
Durante uma escavação no Estado de Montana, Armitage teria encontrado um chifre de Tricerátopo e, ao analisar o fóssil com um microscópio, teria encontrado tecidos moles na amostra.
Com essa descoberta, o cientista – que é criacionista – concluiu que os dinossauros possuem apenas milhares de anos e não 60 milhões de anos como os darwinistas acreditam.
Além disso, a notícia também relata outro achado igualmente polêmico e controverso no meio científico, o esqueleto de uma criança de 8.000 anos que pode ter partes do cérebro fossilizadas.
O estudo publicado por Mark Armitage comprovaria, então, que o planeta Terra tem poucos milhares de anos, conforme narrado na Bíblia e isso teria feito com que a Universidade o demitisse imediatamente!
Mais detalhes dessa notícia podem ser lidas no site Gospel Prime.
Será que essa descoberta é real? Será que isso é verdadeiro ou falso?
Verdadeiro ou falso?
A notícia é bastante interessante e, com certeza, atrai muitos leitores (que, aliás, é o que todo site deseja: muitas visitas). No entanto, precisamos separar aqui o que é real do que é pura suposição.
Conforme reportado por diversos jornais no mundo todo, Armitage briga na justiça por uma compensação por ter sido demitido, segundo ele, somente pelo fato de ser cristão. Só que essa é a versão dele. Se procurarmos ouvir o outro lado, veremos que a história não é bem essa.
Jeff Noblitt, porta-voz da Universidade, disse à rede FoxNews que a Universidade está investigando todas as alegações sobre a queixa, mas que Armitage trabalhou como “temporário” na instituição e que seu contrato como operador de microscópio simplesmente não foi renovado.
No blog Observation Deck podemos ler alguns pontos interessantes a respeito do processo movido pelo cientista e entender porque ele tem poucas chances de ganhar essa ação.
As pesquisas feitas por Mark Armitage foram publicadas em julho de 2013, mas suas crenças atrapalharam sua visão de cientista, que tinha que usar do método científico para validar suas hipóteses.
A partir de tecidos moles encontrados em um chifre fossilizado, Armitage teceu toda uma série de argumentos não comprováveis para afirmar que os dinossauros conviveram com os humanos na mesma época.
Além disso, Mark Armitage chegou a conclusão de que a Terra possui tal idade apenas para se ajustar ao seu pensamento, para coincidir com sua tese, pois não há nenhuma indicação precisa da idade da Terra na Bíblia.
Como bem observado na página Fatos Descontruídos (não confundir com a “Fatos Desconhecidos”):
“[…] o método científico consiste em analisar as evidências para depois chegar a uma conclusão. Fazer o caminho inverso (ter uma conclusão e tentar encaixar as evidências para corroborá-la) é uma atitude anticientífica. E foi exatamente isso o que o suposto cientista Mark Armitage fez. Ele tem uma conclusão baseada na fé (o planeta Terra possui apenas poucos milênios e não bilhares de anos) e usou as evidências (“tecido mole” encontrado em um chifre de Triceratops) para, desesperadamente, tentar ajustá-las à sua conclusão.”
A idade “bíblica” da Terra
Um dos documentos mais conhecidos a respeito da datação do nascimento da Terra tendo como base trechos da Bíblia foi publicado em 1650 pelo Arcebispo James Ussher.
Segundo Ussher, a Bíblia afirma que nosso planeta teria aproximadamente 6.000 anos desde a sua criação, de acordo com as seguintes passagens:
- Da criação do planeta até o dilúvio (com Noé) – 1656 anos
- Do dilúvio até o nascimento de Abraão – 292 anos
- De Abraão até a fuga do Egito – 503 anos
- Do êxodo até a construção do templo – 481 anos
- Do templo até o cativeiro – 414 anos
- Do cativeiro até ao nascimento de Cristo – 614 anos
- Do nascimento de Cristo até os tempos do Arcebispo Ussher – 1650 anos
Até aí, o Arcebispo calculou que Terra tinha 5610 anos. Até 2014, mais 364 anos, calcula-se que (de acordo com as dicas escritas na Bíblia) a Terra possua apenas 5974 anos.
Portanto, essa constatação já cairia em contradição com outros dados publicados na mesma notícia espalhada por aí. Segundo o que foi noticiado, “pouco tempo antes” dessa descoberta, outro grupo de cientistas teriam encontrado um crânio fossilizado de 8.000 anos de uma criança.
Se a Terra tem apenas 6.000 anos como Armitage afirma (na verdade, ele afirma que nosso planeta é bem mais jovem que isso!), como podem ter encontrado fósseis de 8.000 anos?
Outros casos
Essa não foi a primeira vez que tecidos desse tipo foram encontrados em fósseis de milhões de anos. Em 2005, restos de pele e cartilagem foram encontrados preservados sobre ossos de um tiranossauro de 68 milhões de anos de idade, mas pesquisadores deram uma explicação física para isso: a presença de ferro dentro do corpo do animal teria preservado o tecido da fossilização. A pesquisa é de 2007, segundo informou a rede CBSNews.
A idade (comprovada) da Terra
De acordo com o Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, a idade da Terra foi calculada pelo método absoluto e, através de inúmeros estudos e testes, os cientistas concluíram que nosso planeta exista há 4,56 bilhões de anos. A Geocronologia, ciência que estuda o tempo através da idade das rochas, explica também que meteoritos que caíram aqui na Terra em diferentes períodos possuem quase a mesma idade, provando que nosso sistema solar parece ter nascido na mesma época.
Conclusão
Mark Amirtage descobriu, de fato, um chifre fossilizado que apresentava pedaços de tecido mole, mas isso já foi encontrado por outros cientistas em outras amostras de fósseis e a explicação para isso é a presença de ferro no fóssil, que ajudou a preservar a cartilagem do animal.
Há inúmeros outros estudos sérios comprovando que a Terra possui mais de 4 bilhões de anos e que a evolução existiu (e continua existindo).
O cientista está processando a Universidade onde trabalhava, alegando que foi demitido por causa da sua religião, no entanto, a instituição alega que seu trabalho era temporário e que não houve renovação de contrato.