Dinheiro
É verdade que casais que transam mais ganham melhores salários?
Pesquisa teria comprovado que casais que fazem sexo 4 vezes ou mais por semana ganham maiores salários! Será que essa pesquisa é real?
O resultado dessa pesquisa curiosa já circula pela web há bastante tempo, mas chegou ao nosso conhecimento através de uma publicação de um perfil do Twitter. De acordo com o texto, uma pesquisa teria comprovado que casais que fazem sexo 4 vezes por semana ganham salários melhores que os que não fazem!
Será que essa pesquisa existe mesmo?
Quando e onde essa pesquisa teria sido feita?
Será que isso é verdadeiro ou falso?
Verdadeiro ou falso?
Da maneira como a notícia foi espalhada, dá a entender que uma pesquisa foi feita recentemente e que os dados comprovariam a seguinte tese: Quem faz mais sexo consegue melhores salários!
Mas não foi bem assim…
É claro que muitos jornais online optaram por dar a manchete citando como fator principal o sexo e a sua possível relação com o melhor salário. Esse tipo de abordagem gera mais interesse nos leitores e, consequentemente, mais cliques. Só que o fato é que a referida pesquisa existe mesmo, mas a abordagem do estudo foi outra.
Em 2013, o professor de economia da universidade britânica Angila Ruskin, Nick Drydakis, publicou os resultados de um estudo feito por ele em 2008 com 7.500 pessoas – com idades entre 26 e 50 anos -, na Grécia.
A publicação foi feita para o Instituto para o Estudo do Trabalho, uma instituição privada de pesquisa econômica alemã e pode ser lida na íntegra aqui!
No questionário, os indivíduos responderam sobre informações demográficas, estado de saúde e seus níveis de atividade sexual. Os voluntários também foram questionados sobre a sua situação atual no emprego e quanto ganham de salário.
Os resultados mostraram que aqueles que tiveram relações sexuais quatro vezes ou mais por semana tinham salário de, em média, 5% a mais do que aqueles que não faziam. Aqueles que responderam ao questionário que não estavam fazendo sexo frequentemente recebiam cerca de 3% a menos que os que estavam tendo relações sexuais.
Em entrevista à agência de notícias norte-americana CBS, o autor do estudo explicou que a ideia central da pesquisa era a de verificar se a boa saúde (sexual, inclusive) ajuda na melhoria do salário do indivíduo, mas que não descobriu qual a relação (se é que existe) entre a quantidade de sexo e os salários pagos para os gregos.
“Parece que temos de considerar em conjunto as relações entre felicidade, atividade sexual, produtividade e salários”, disse ele.
O estudo também não conseguiu verificar se o aumento nas relações sexuais entre os casais é o que faz com que o salário dessas pessoas seja melhor ou se é o aumento no poder aquisitivo que os ajudam a conseguir mais sexo.
Drydakis postulou a hipótese de que os resultados da sua pesquisa possam ter a ver com o fato de que as pessoas que estão empregadas têm mais dinheiro para encontros com mais frequência e que também seja possível que ganhar mais dinheiro faz uma pessoa parecer mais atraente para as outras.
O autor também sugere outra hipótese: As pessoas com mais dinheiro são mais propensas a comprar presentes mais caros e/ou melhores para seus parceiros.
“Salários mais altos podem aumentar compra de presentes que são retribuídos através do sexo”, disse Drydakis.
Drydakis assinalou também para a CBS que seu estudo apenas encontrou uma associação entre sexo e salários, mas que fazer mais sexo não significa necessariamente que você iria receber um aumento de salário.
Conclusão
Foi feito mesmo um estudo, em 2008, com 7.500 gregos sobre suas frequências sexuais e a suas possíveis relações com salários, mas o próprio autor da pesquisa explica que não conseguiu comprovar se há uma relação entre a frequência sexual e os aumentos de salário.