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O Brasil usou falso cadeirante pra carregar a tocha olímpica?

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O Brasil usou falso cadeirante pra carregar a tocha olímpica?

É verdade que o Comitê Olímpico Brasileiro usou um falso cadeirante para carregar a tocha olímpica e que a farsa foi descoberta quando ele caiu?

O vídeo apareceu na web no dia 04 de maio de 2016 e rapidamente se espalhou através das redes sociais. Nele podemos ver um atleta paraolímpico carregando a tocha olímpica em uma cadeira de rodas quando, no meio do percurso, o cadeirante cai na rua, se levantando rapidamente para voltar para a sua cadeira!

O incidente gerou inúmeras críticas e comentários a respeito da possível farsa – que teria sido orquestrada pelo Comitê Olímpico Brasileiro – ao usar um falso paraplégico para carregar a tocha olímpica!

Mas será que o rapaz não é cadeirante mesmo? Será que isso tudo é uma farsa?

 

Verdade ou farsa?

No dia 04 de maio de 2016, a tocha olímpica chegou até Anápolis (GO) e, dos 11 quilômetros percorridos, o que mais chamou atenção foi a queda de um atleta em uma cadeira de rodas. O jovem João Paulo Nascimento, ao tentar se equilibrar em apenas uma das rodas da cadeira, acabou ficando com o pé preso, caindo antes de passar a tocha para o próximo participante! Ele precisou de ajuda do pessoal da organização do evento para se levantar novamente e ser colocado de volta na cadeira.

Acontece que João Paulo não é paraplégico, mas em nenhum lugar foi dito que ele tem esse problema! Além disso, o rapaz também deixa isso bem claro em todas as entrevista que dá e nas fotografias suas que ele mesmo posta em suas redes sociais!

Na verdade, o atleta possui um desalinhamento nos membros inferiores que faz com que seus joelhos sejam são forçados “para dentro” enquanto que os pés ficam “para fora”. Os indivíduos com a má-formação chamada de Geno Valgo tem as pernas com o formato de “X”.

Explicando a situação de João Paulo Nascimento, ele possui força nas pernas, mas como tem dificuldades de locomoção, sua condição o tornou apto a participar do time paraolímpico de basquete.

Acontece que para se adequar aos demais jogadores (cada um possui um tipo diferente ou igual de locomoção), cada atleta é classificado de acordo com o seu comprometimento físico-motor em uma escala que vai de 1 a 4,5. Quanto maior a deficiência do jogador, menor a sua pontuação.

João Paulo mostra em seu perfil do Facebook que era jogador de basquete convencional, mas um acidente sofrido em 2005, somado a uma série de eventos, fez com que ele entrasse para o time paraolímpico!

Eu um vídeo publicado no dia 06 de maio de 2016, o atleta explica que não é paraplégico e que usa a cadeira de rodas esporadicamente no dia-a-dia e para jogar basquete:

 

Conclusão

O atleta que caiu da cadeira de rodas ao carregar a tocha olímpica não é paraplégico, mas isso nunca foi dito em nenhum momento e, portanto, não se classifica como “farsa” por parte do Comitê Olímpico. Na verdade, o rapaz precisa da cadeira de rodas para jogar no time paraolímpico de basquete! Ele possui um certo comprometimento físico-motor, mas consegue ficar de pé! Muitas pessoas acreditam que todo mundo que usa cadeira de rodas possui o mesmo tipo de deficiência, mas cada caso é um caso!

*Com a colaboração de Riomar Bruno!

Gilmar Henrique Lopes é Analista de Sistemas e, em 2002, criou o E-farsas.com (o mais antigo site de fact checking do país!) que tenta desvendar os boatos que circulam pela Web. Gilmar é o autor do livro "Caçador de Mentiras" pela Editora Matrix e da aventura de ficção infantojuvenil "Marvin e a Impressora Mágica"!

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