A foto dos “muçulmanos sorrindo” é verdadeira ou falsa?
Recentemente, publicamos um artigo intitulado “Muçulmanos comemoraram o incêndio da Catedral de Notre-Dame?“. Naturalmente, como já era previsto, o texto gerou muita polêmica pelas mais diversas razões. Enquanto algumas pessoas discutiam ideologias político-partidárias, nosso foco sempre foi em relação a autenticidade das fotos e o que elas, de fato, representavam.
Nesta postagem tentarei ser o mais sucinto, porém completo, possível para expor um imbróglio, que acabou sendo gerado por uma foto em particular. Qual foto? Aquela em que dois indivíduos apareciam sorrindo enquanto a Catedral de Notre-Dame ardia em chamas ao fundo. Ainda que passível de questionamentos de ordem moral, podendo variar de pessoa para pessoa, era para ser uma simples foto. Porém, não foi isso que aconteceu. Uma agência de checagem norte-americana chamada “PolitiFact” rapidamente taxou a foto de falsa. O problema é que a foto não seria falsa.
Portanto, peço para que vocês acompanhem, de forma cautelosa e ponderada, todo o texto que virá a seguir.
A Verificação por Parte do Site “PolitiFact”
No dia 16 de abril de 2019, o site “PolitiFact” publicou um artigo intitulado “A photo of ‘Muslims laughing’ in front of Notre Dame is doctored“. É interessante notar a utilização da palavra “doctored” no título, em vez de, por exemplo, “fake“. Esse “doctored“, na prática, significa simplesmente que, segundo a PolitiFact, a imagem teve seu conteúdo expressamente adulterado para enganar o público, e fazê-lo pensar de outra forma. Parece ser igual ao “fake“, mas não é.
O artigo foi publicado por Ciara O’Rourke, formada pela Western Washington University em Bellingham, Washington. Ela possui um diploma em Jornalismo e Francês. No texto, ela relatou sobre essa foto, que estava sendo compartilhada através do Facebook, e que tinha sido “sinalizada” pelo PolitiFact, como parte dos esforços do próprio Facebook para combater notícias falsas e desinformação em seu Feed de notícias. Sim, o PolitiFact tem esse “poder” de dizer o que é verdade ou não para as pessoas, de maneira praticamente automática, no Facebook, assim como no Google.
Quando fizeram uma busca na internet, eles descobriram que a foto tinha sido publicada pela Sputnik, destacado pelo PolitiFact como um site de notícias operado pelo governo russo. Havia inclusive, o link para um artigo da “New York Times Magazine” tentando explicar como o Kremlin construiu uma das mais poderosas armas de informação do século XXI. Conforme também publicamos, eles ressaltaram que a imagem tinha sido divulgada como parte de uma atualização da “Sputnik News”, às 21h29 do dia 15 de abril de 2019. Diga-se de passagem a foto aparecia com direitos autorais atribuídos a Sputnik (o famoso símbolo ©).
A Análise por Parte de Terceiros
Segundo o PolitiFact, a imagem tinha surgido na internet através de uma conta no Twitter, antes da publicação por parte da Sputnik. Curiosamente, o PolitiFact não divulgou o nome do usuário. Apenas divulgou genericamente o link para a foto. Então, o PolitiFact disse ter entrado em contato com o “Centro Nacional de Mídia Forense“, localizado em Denver, no estado norte-americano do Colorado.
Analisando essa imagem, os pesquisadores do centro teriam sido capazes de notar que os homens eram inconsistentes com o restante da fotografia. Por email, Catalin Grigoras, diretor do centro, disse que “as duas pessoas da frente tinham sido inseridas“. Ele também destacou, que “se déssemos um zoom na face direita do homem em pé, à direita na foto, mostraria uma edição óbvia“. Em seguida, o “PolitiFact” relatou o que alguns sites estavam comentando sobre a foto. Basicamente, segundo o site de checagem, “a imagem estava sendo usada para sustentar alegações de que o incêndio na catedral tinha sido um ataque terrorista, e alimentando uma retórica antimuçulmana“.
Nossa Investigação de Toda Essa História
No artigo que escrevemos anteriormente, havíamos inicialmente publicado que as fotos eram verdadeiras, visto que todas pertenciam a agências de notícias ou fotojornalismo. Porém, diante da checagem do PolitiFact, por precaução, alteramos a classificação dessa foto pertencente a Sputnik. A foto foi reclassificada como “em princípio, verdadeira”, visto que carecia de maiores evidências contrárias.
Na prática, não segui cegamente o PolitiFact e fiz o que eles deveriam ter feito: entrado em contato com a Sputnik. Não sou formado em Jornalismo, mas sei que uma das premissas do jornalismo é ouvir ambas as partes. E, quando se tem o poder de dizer ao mundo se algo é verdadeiro ou falso, essa premissa se torna ainda mais importante.
Sinceramente, não esperava respostas, mas recebi um email de Dmitry Borschevsky. Ele é simplesmente o Vice-Chefe de Comunicações e Relações Públicas e Chefe Global de Relações com a Mídia da Agência Internacional de Notícias Rossiya Segodnya. Em seu email, Dmitry disse que a foto havia sido tirada pela Sputnik France e que não havia sido adulterada. Evidentemente, pedi a foto original, não a que foi publicada através da atualização sobre o incêndio ou utilizada no site da Sputnik Brasil.
Eis a foto que nos foi repassada:
O EXIF
O EXIF é uma especificação seguida por fabricantes de câmeras digitais, que gravam informações sobre as condições técnicas de captura da imagem junto ao arquivo da imagem propriamente dita na forma de metadados etiquetados. As informações contidas no EXIF são obtidas automaticamente a partir da câmera fotográfica, assim como câmeras de celulares e, portanto, não fornecem alguns metadados usados em arquivos de imagens, como por exemplo o contato do fotógrafo, copyright etc.
A priori, o EXIF, embora possa ser livremente editado, ajuda consideravelmente a verificar a autenticidade de imagens cujo conteúdo seja duvidoso ou de certa forma tendencioso.
Eis o EXIF obtido com a ajuda do site “FotoForensics”:
Consultei duas pessoas acostumadas com edição de fotos, que compreensivelmente, diante da polêmica, pediram para não terem seus nomes divulgados. Ambos disseram, que os dados do EXIF são compatíveis com a foto. Um deles, inclusive, ainda citou que a abertura do diafragma era compatível com a foto.
A “ELA”
Evidentemente, não podemos confiar totalmente no EXIF. Nesse sentido, existe algo chamado ELA (Error Level Analysis). A chamada “análise de nível de erro” permite identificar áreas dentro de uma imagem que estão em diferentes níveis de compactação. Com imagens JPEG, a imagem inteira deve estar aproximadamente no mesmo nível. Se uma seção da imagem estiver em um nível de erro significativamente diferente, provavelmente indica uma modificação digital.
Eis o resultado do ELA, de acordo com o site FotoForensics (clique aqui para ver a análise mais detalhada):
De acordo com esse resultado, os dois homens em primeiro plano não teriam sido inseridos digitalmente na foto, ou seja, a foto seria autêntica.
Uma Outra Imagem nos Foi Enviada
Dmitry Borschevsky nos enviou uma segunda imagem: uma captura de tela do iPhone do responsável pela foto que, segundo ele, provaria onde e quando foi tirada.
Um Vídeo Também nos Foi Enviado
Para completar, Dmitry Borschevsky também nos enviou um vídeo.
Eis o vídeo (originalmente .mov, mas convertemos para .mp4 para publicarmos aqui no site por uma questão de compatibilidade):
Inicialmente, Dmitry Borschevsky disse que o vídeo mostrava o momento em que os dois homens passavam por baixo da faixa policial. Infelizmente, o vídeo não mostra exatamente esse exato momento completo, porém mostraria uma pessoa muito parecida com um deles e um outro indivíduo que aparece ao fundo na foto.
Em princípio, isso indicaria duas coisas: existia realmente um correspondente da Sputnik France no local, e provavelmente os dois homens da foto passaram por baixo da fita antes desse outro indivíduo. Vejam bem, indicaria, ou seja, com reservas.
Outros Vídeos Foram Publicados pela Sputnik Mostrando Aquele Mesmo Local
A Sputnik divulgou outros vídeos daquele mesmo local. Fazendo uma rápida busca na internet, encontramos esses vídeos:
- Canal Sputnik Mundo (“El corazón de París arde en llamas“, em 1:44) no YouTube:
- Canal Sputnik France Play (“Notre-Dame de Paris en flammes“) no YouTube:
Os vídeos não mostram aqueles dois homens passando por baixo da fita policial, mas indicariam que a Sputnik possuía correspondentes naquele mesmo local.
A Foto Mostra que os Dois Homens Eram Muçulmanos e Estavam Rindo do Incêndio?
Assim como falamos na postagem anterior, essa foto não deveria ser utilizada nesse sentido. O motivo? Não sabemos nada a respeito desses dois homens. Pode ter sido falada uma frase jocosa não relacionada ao incêndio? Pode. A expressão de felicidade dos dois homens pode ter sido referente ao incêndio? Também pode. Porém, não podemos afirmar nada, entendem? A foto sozinha não afirma ou contradiz a orientação religiosa dos dois, e nem a real motivação da expressão de felicidade.
O julgamento feito em redes sociais parte de estereótipos e opiniões pessoais baseadas em vieses confirmatórios ou político-ideológicos. Evidentemente, cada um tem o direito constitucional de se expressar da forma que bem entender. Liberdade de expressão e o debate de ideias é fundamental, mas é necessário bom senso e, diante de casos assim, tentar ter o máximo possível de imparcialidade. Óbvio que é difícil. Tenho minha opinião, o Gilmar tem a dele, assim como você, provavelmente, também tem a sua.
Conclusão
Como site destinado a verificação e apuração de notícias, assim como fotos e vídeos divulgados na internet nos interessa apenas uma coisa: a verdade. Nesse caso, há um forte conjunto probatório indicando que a foto é autêntica. Dmitry Borschevsky, Vice-Chefe de Comunicações e Relações Públicas e Chefe Global de Relações com a Mídia da Agência Internacional de Notícias Rossiya Segodnya, nos confirmou que a foto foi tirada pela Sputnik France. Além disso, ele disse oficialmente que a foto não foi adulterada. Ele também nos forneceu fotos, entre elas a que seria a original, e um vídeo para provar isso. Para completar, o EXIF da foto que seria a original é compatível com o que vemos na imagem e a análise do nível de erro, fornecido pelo site “FotoForensics”, não indica que os homens foram inseridos digitalmente.
Além de rapidamente taxar a foto como adulterada, o PolitiFact não divulgou qual perfil no Twitter havia supostamente publicado a foto antes da Sputnik. Rastreando-a, descobrimos que ela foi divulgada pela conta “/r/The_Donald”, uma conta que declara não ter envolvimento com o perfil oficial do presidente norte-americano Donald Trump, mas é favorável a sua política. A conta do Twitter serve de suporte de divulgação para uma outra conta no Reddit. Porém, temos algumas red flags sobre o texto do PolitiFact:
- A Sputnik fez apenas uma atualização tardia do incêndio. A foto havia sido tirada bem antes de sua divulgação oficial.
- A foto foi disseminada nas redes sociais antes que fosse publicada pela Sputnik, mas obviamente não era a foto original. A resolução e a qualidade da foto eram péssimas. Assim sendo, a Sputnik não se apropriou ilegalmente sobre o que estava sendo divulgado nas redes sociais.
- A “análise” foi feita simplesmente sobre uma “foto de internet” repleta de artefatos e de baixa resolução. O PolitiFact deveria ter procurado a Sputnik, assim como fizemos, para saber o outro lado da história. Porém, sequer disse que tentou fazer isso. Simplesmente disse que a agência é operada pelo governo russo, indicando uma matéria da “New York Times Magazine”. Deixou implícito que nada que viesse da Sputnik fosse verdade. Não é bem que as coisas funcionam. Sempre fui muito crítico em relação a Sputnik, mas não é assim que se busca a verdade. É necessário consultar o outro lado e obter o material alegadamente original.
Assim sendo, continuamos mantendo a posição de que a foto, em princípio, é verdadeira. Já o que ela representa, ou seja, se os homens são muçulmanos comemorando e rindo sobre incêndio, não temos como afirmar isso sem maiores informações sobre quem, de fato, eles são. Qualquer afirmação nesse sentido seria baseado apenas em estereótipos e opiniões pessoais baseadas em vieses confirmatórios ou político-ideológicos. A foto também não deveria ser utilizada como evidência de que o incêndio da Catedral de Notre-Dame foi criminoso ou um atentado terrorista provocado por extremistas islâmicos, que usam a religião como ferramenta de propagação da violência.
Por fim, é importante destacar que entramos em contato com o PolitiFact e o diretor do Centro Nacional de Mídia Forense, Catalin Grigoras, sobre toda essa história e, caso tenhamos respostas, atualizaremos vocês nesta mesma postagem.
Atualizações
Atualização #1 (20/04 às 13h): Em resposta, Catalin Grigoras nos disse que a segunda imagem (a foto enviada por Dmitry Borschevsky) contém artefatos de compressão com perdas de dados, que são consistentes com “dupla compressão JPEG”. Segundo ele, isso significa que a segunda imagem conteria traços de uma imagem JPEG anterior (chamada compressão única), e que teria sido recompactada em JPEG (dupla compressão JPEG). Portanto, ele não apoiava a hipótese de que o segundo arquivo fosse consistente com uma foto original. Ele disse, no entanto, que essa era opinião científica apenas dele, não do Centro Nacional de Mídia Forense e nem da Univesidade do Colorado. Curiosamente, o PolitiFact fez questão de citar que o caso teria sido verificado por “pesquisadores do centro”. Enfim, foi um debate via email bem acalorado.
De qualquer forma, devido ao conjunto probatório que possuímos ainda mantemos que a foto seria, em princípio verdadeira, até que apareçam outras análises e evidências contrárias.
Atualização #2 (20/04 às 18h36): A emissora norte-americana WUSA-TV, afiliada de CBS, também verificou essa foto. O departamento responsável pela checagem de informações da emissora disse ter analisado a foto em vários programas de edição, e não encontrou provas concretas de que a imagem havia sido manipulada. A equipe também não havia conseguido localizar qualquer uso anterior da imagem dos dois homens em outros sites ou em outros contextos.
Assim que vi a postagem da WUSA-TV, entrei em contato, via Twitter, com Jason Puckett, um dos responsáveis pela postagem. Ele ficou surpreso com o material, que tínhamos em mãos e divulgamos publicamente. Ele atualizará, em breve, a postagem com essas novas informações. Além disso, ele disse que fizemos a coisa certa em questionar a verificação por parte do PolitiFact. Quando os verificadores de fatos fazem afirmações absolutas sobre as coisas e cometem erros, isso abre as portas para as pessoas questionarem sua integridade.
Atualização #3 (20/04 às 18h48): A Sputink se pronunciou publicamente sobre esse caso. Ela voltou a afirmar que a foto é verdadeira. Natalia Novikova, editora-chefe da Sputnik France disse que um correspondente da agência fazia a cobertura do incêndio, e aquela era apenas uma de inúmeras fotos que foram tiradas. A foto foi publicada sem comentários sobre quem eram aqueles homens ou sobre o que eles estavam sorrindo. Eles também alegaram, que ficaram chateados com o fato de que alguns meios de comunicação usaram essa foto para seus objetivos questionáveis.
Atualização #4 (20/04 às 19h): Até o presente momento o PolitiFact não respondeu ao nosso email ou se pronunciou publicamente sobre a história. No entanto, notamos que a análise fornecida por eles não aparece mais em destaque no Facebook e no Google. Sintomático.
Atualização #5 (22/04 às 9h52): Entrei em contato com o jornalista francês Alexandre Capron, que faz parte do projeto “Les Observateurs”, do canal “France 24”. Em sua análise pessoal, ele não encontrou indícios que a foto tenha sido adulterada. Ele ainda citou duas imagens que circularam na França, relacionadas a Emmanuel Macron, onde ele foi flagrado rindo, porém o contexto de sua expressão havia sido distorcido. O primeiro foi logo após o atentado de Estrasburgo e o segundo após o incêndio em Notre-Dame.
Como conclusão, ele disse que, ainda que a foto não tenha sido adulterada, teria havido claramente uma tentativa de compartilhar um conteúdo permitindo, que as pessoas estigmatizassem os muçulmanas, apenas com base em uma foto. Apenas uma foto de um momento, em que não temos a menor ideia do que foi dito.
Atualização #6 (28/04 às 12h45): A agência de checagem holandesa Nieuwscheckers pediu uma segunda opinião sobre essa foto. Foi consultado um especialista em fotografia chamado Eduard de Kam que, entre outras coisas, já auxiliou o júri do renomado concurso “World Press Photo” na verificação de manipulações digitais das fotos que são enviadas. Após analisar a imagem, ele disse não ter razão alguma para acreditar que a foto tenha sido manipulada, ou seja, a foto é autêntica.
Outra agência de checagem, dessa vez a Lead Stories, também concluiu que a foto é autêntica diante de todo um conjunto probatório indicando isso.
A PolitiFact fez uma atualização um tanto quanto decepcionante no dia 22 de abril. Mesmo diante de diversas agências apontando que a foto é autêntica, eles continuaram sustentando uma única opinião: a de Catalin Grigoras. Sinceramente, chega a ser questionável a atitude da PolitiFact perante o poder de influência que eles possuem nas redes sociais. Basicamente, na prática, só o título da postagem mudou de “A photo of ‘Muslims laughing’ in front of Notre Dame is doctored“ para “An image of ‘Muslims laughing’ in front of Notre Dame raises questions“.
Atualização #7 (08/05 às 7h40): A AFP (Agence France-Presse) disse ter localizado os dois indivíduos que aparecem na foto. No entanto, não foi divulgado nenhum nome ou imagem dos mesmos, apenas as iniciais “S.” e “J.”. Segundo a AFP, ambos seriam estudantes de Arquitetura e estariam sentados em um café em Paris, quando as notificações de celulares os alertaram para um incêndio em Notre-Dame. Eles correram para a catedral, mesmo quando a fumaça já era visível “em todos os lugares”.
Ambos teriam acompanhando o incêndio por cerca de 30 a 45 minutos, até que os policiais pediram para que eles deixassem o local. Foi justamente nessa saída, que a foto foi tirada. Portanto, a foto é autêntica, conforme já tínhamos mencionado anteriormente inúmeras vezes. Eles teriam sido alertados sobre a repercussão da foto através de colegas de faculdade. “S.”, inclusive, disse que nunca tinha sido vítima de racismo. E por qual motivo estavam rindo? Eis a resposta de “S.”:”Quando estávamos passando por baixo da faixa de segurança, ela ficou presa no meu rosto. Isso nos fez sorrir“
Eles também alegaram, que já tinham visitado a Catedral de Notre-Dame, a estudado, e até fizeram um modelo 3D dela. O gosto pela arquitetura seria a principal razão, pela qual eles jamais comemorariam tal incidente. Como “prova” disso, “S.” teria mostrado conversas no “Snapchat” (foi divulgado apenas um curtíssimo diálogo) com um parente próximo durante o incêndio, onde ele se mostrava triste com o incidente.
Curiosamente, na parte final do texto publicado pela AFP, apareceu um advogado que os representaria. Ele estaria enviando notificações para que sites retirassem a foto de ambos e, inclusive, mostrou uma versão direcionada para um determinado site. Nas últimas três semanas, “J.” e “S.” teriam tido o cuidado para não serem vistos juntos, e tentaram não se vestir da mesma forma que aparecem na foto com medo de retaliações. Enfim, da minha parte concluo essa saga com a consciência tranquila em relação ao trabalho que exerci ao verificar a autenticidade dessa foto.