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O Telegram admitiu que as conversas vazadas da Lava Jato foram adulteradas por hackers?

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O Telegram admitiu que as conversas vazadas da Lava Jato foram adulteradas por hackers?

O Telegram admitiu que as conversas vazadas da Lava Jato foram adulteradas por hackers?

É verdade que os diretores do aplicativo Telegram admitiram em sua conta no Twitter que o sistema foi invadido por hackers que alteraram o conteúdo das conversas vazadas?

A imagem surgiu na segunda semana de junho de 2019, pouco tempo depois da série de reportagens publicadas pelo site jornalístico The Intercept a respeito de conversas vazadas entre membros da operação Lava Jato.

Nela podemos ler um comunicado que teria sido feito pela empresa responsável pelo aplicativo de trocas de mensagens Telegram, em sua conta do Twitter no dia 11 de junho de 2019 – em resposta ao jornalista Romulus Maya – reconhecendo que os textos vazados teriam sido adulterados por hackers e que, por isso, o conteúdo das conversas divulgadas até então não correspondem à verdade!

Segundo o texto divulgado nas redes sociais (apenas em uma das publicações, a imagem já havia sido compartilhada quase 2 mil vezes), o Telegram teria comparado o conteúdo das conversas publicadas com seus arquivos e se colocado à disposição da Justiça brasileira para quaisquer informações adicionais.

Será que o Telegram admitiu mesmo a invasão?

Será que esse print é verdadeiro ou falso?

Texto que teria sido publicado pelo perfil oficial do Telegram no Twitter: “COMUNICADO: brasil, 11/06/2019 informamos a todos, que conferindo nossos arquivos das conversas, entre autoridades do brasil, admitimos que foram mudadas o textos por rackers, e não corresponde a verdade, já providenciamos a documentação para qualquer informação para as autoridades do brasil, assim que convocados .

Verdade ou mentira?

Logo de cara, podemos notar uma série de erros de gramática no texto. Mesmo sendo uma empresa estrangeira (e que tem um perfil brasileiro, separado e em português), sua equipe de marketing não erraria tão feio assim.

Fizemos uma busca no Twitter através da sua ferramenta avançada de buscas a respeito dessa publicação (em português e em inglês) e não há nenhum resultado!

A única publicação do perfil do Telegram no Twitter a respeito das conversas vazadas da equipe da Lava Jato foi feita mesmo no dia 11 de junho de 2019 (conforme mostrado na imagem que viralizou nas redes sociais). No entanto, o conteúdo do texto é bem diferente:

https://twitter.com/telegram/status/1138430205343731712

Em resumo, o Telegram respondeu que não há nenhuma evidência de qualquer hack e que o mais provável nesse caso [ocorrido no Brasil] é que alguém que não usa uma senha de verificação de 2 passos ou que tivesse com algum vírus em sua máquina tenha deixado alguma brecha para invasão.

É possível o Telegram ler as conversas?

Em seu perfil brasileiro no Twitter, o Telegram explica que as conversas que trafegam em seus servidores são criptografadas de ponta-a-ponta. Ou seja, os dados são protegidos e apenas quem envia e quem recebe as mensagens conseguem lê-las. Sendo assim, mentiu quem espalhou que o Telegram teria comparado as conversas vazadas com os arquivos que ficam em poder da empresa!

https://twitter.com/telegram_br/status/1138833050534440960

Conclusão

A imagem que se espalhou nas redes sociais com texto atribuído ao Telegram, onde eles admitem que o conteúdo das conversas vazadas foram adulteradas, é falsa! O Telegram afirmou que é provável que os usuários que tiveram dados expostos tenham sido invadidos através de vulnerabilidades em seus próprios aparelhos (seja por malware ou senha fraca).

Gilmar Henrique Lopes é Analista de Sistemas e, em 2002, criou o E-farsas.com (o mais antigo site de fact checking do país!) que tenta desvendar os boatos que circulam pela Web. Gilmar é o autor do livro "Caçador de Mentiras" pela Editora Matrix e da aventura de ficção infantojuvenil "Marvin e a Impressora Mágica"!

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