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O que é Deepfake? Descubra aqui no E-farsas!

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Nova técnica chamada deepfake permite que seja inserido o rosto de uma pessoa em qualquer vídeo! Entenda aqui no E-farsas como funcionam as deepfakes!

No dia 17 de maio de 2019, o jornalista Bruno Sartori publicou no seu perfil do Twitter um vídeo mostrando o presidente Jair Bolsonaro, vestido de Chapolin Colorado. O vídeo é uma montagem. uma bela sacada que brinca com o fato do presidente ter se atrapalhado com seu próprio lema em uma viagem recente aos Estados Unidos.

O vídeo, que você pode ver abaixo, já foi visto mais de meio milhão de vezes e atiçou não só a nossa curiosidade, como a de muitos leitores que entraram em contato querendo saber: Como será que o Bruno Sartori fez isso?

https://twitter.com/brunnosarttori/status/1129549167318196226

A técnica usada por Bruno para fazer esse tipo de montagem é chamada de deep fake e agora vamos falar um pouco sobre isso!

Para explicar um pouco melhor como isso funciona, fizemos um vídeo com a participação do próprio jornalista Bruno Sartori. Assista na íntegra clicando no player abaixo:

Deepfake: O que é? Como é feita?

Até hoje, para colocar a cara de uma pessoa em um vídeo, a gente pode usar alguns softwares de edição, como o After Effects. Só que isso dá um trabalhão, demora um tempão e o resultado não fica lá essas coisas.

Isso se tornou algo mais factível a partir da popularização das pesquisas em inteligência artificial e deep learning, onde maiores poderes computacionais e redes neurais propiciaram formas mais fáceis de encaixar o rosto de uma celebridade em um vídeo qualquer.

Em 2017, uma pesquisa acadêmica chamada Synthesizing Obama conseguiu modificar as expressões faciais do ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama para criar a impressão de que ele mesmo havia dito tais frases:

Ao mesmo tempo, estudos feitos com inteligência artificial fora das universidades chegaram a resultados promissores. No final de 2017, um usuário do fórum Reddit auto-apelidado de Deepfake começou a publicar montagens feitas com vídeos adultos, mas com rostos de atrizes de Hollywood no lugar das pornstars.

O deepfake gerou uma comunidade em torno da ideia, com pessoas usando softwares de uso livre de código aberto para gerar as montagens. Com o tempo, as falhas e bugs nos algoritmos usados para criar vídeos desse tipo foram sendo refinados e corrigidos e, em questão de meses, os resultados estão beirando a perfeição.

Olha só que engraçado esse vídeo do seriado Friends onde todos os atores tem a cara do ator Nicolas Cage:

As deepfake se tornaram tão aprimoradas que em junho de 2019, cientistas da Universidade de Stanford demonstraram em parceria com a Adobe que vídeos alterados com a ajuda da deepfake estão cada vez mais convincentes. Os pesquisadores testaram vídeos falsos com 138 voluntários e apesar de 60% dos entrevistados perceberem edições, quase a metade da audiência foi enganada!

É bom explicar aqui que todos os voluntários já sabiam que iriam testar vídeos falsos e isso  pode ter influenciado as respostas, mas de todo modo, foi um número bem expressivo!

Como são criados esse vídeos?

Em primeiro lugar, o computador tem que aprender como são os trejeitos e feições da pessoa que terá seu rosto usado. Os programadores alimentam o programa com centenas de fotos da “vítima”. O próximo passo é fazer a máquina entender onde ficam os melhores pontos no vídeo onde o novo rosto será colado.

Após um bom tempo de aprendizagem, os algoritmos conseguem mesclar todas as imagens. O resultado pode chegar em algo parecido com isso. Um vídeo publicado no YouTube onde o fundador do Facebook Mark zuckerberg falando coisas que ele nunca disse:

Vamos ficar nas mãos da DeepFake?

É claro que artisticamente isso poderá vir a ser uma maravilha para o cinema, por exemplo. Já pensou assistir a um filme de Hollywood com os atores falando em português (falando mesmo, com a boca se mexendo em português e não sendo dublada)? 

Mas temos que pensar no outro lado também: Não estamos querendo alarmar você, mas imagine só uma tecnologia dessas em época de eleições…

Para nossa alegria, tem muita gente trabalhando também em ferramentas que vão ajudar a identificar montagens desse tipo. Cientistas da Universidade de Munique, na Alemanha, por exemplo, criaram um programa de inteligência artificial chamado XceptionNet. Ele foi alimentado com mil deepfakes e conseguiu aprender a reconhecer detalhes microscópicos, que diferenciam um rosto real de um simulado digitalmente. De acordo com as publicações a respeito, o XceptionNet reconhece falsificação em cerca de 96% dos casos.

Além disso, se você tiver um pouco de paciência, dá pra você mesmo identificar vídeos falsos. Prestem atenção no movimento da boca da pessoa no vídeo e nos olhos. Na grande maioria das vezes é possível se notar pequenas falhas nessas regiões.

Conclusão

Muito obrigado a todos pela audiência no nosso canal no YouTube. Aguardamos seus comentários sobre o assunto.

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Links consultados:

Gilmar Henrique Lopes é Analista de Sistemas e, em 2002, criou o E-farsas.com (o mais antigo site de fact checking do país!) que tenta desvendar os boatos que circulam pela Web. Gilmar é o autor do livro "Caçador de Mentiras" pela Editora Matrix e da aventura de ficção infantojuvenil "Marvin e a Impressora Mágica"!

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