Crimes
O preso que matou um policial na saidinha de Natal foi tratado como um príncipe por uma juíza?
É verdade que o preso que matou um sargento da PM durante saidinha de Natal foi tratado com carinho por uma juíza dos Direitos Humanos?
O vídeo começou a se espalhar através das redes sociais na segunda semana de 2024, e mostra um homem com uniforme de presidiário, prestando depoimento em uma mesa a frente de uma juíza. O que chama a atenção no vídeo é que, em certo momento, a juíza oferece um café ao preso e, depois, pergunta se ele está com frio, oferendo uma blusa para o sujeito.
De acordo com o que se espalhou, o homem seria o preso que matou um policial durante a saidinha de Natal, um benefício dado pelo sistema carcerário que libera alguns detentos com bom comportamento para irem visitar suas famílias na época de Natal.
Será que isso é verdade? Eles são a mesma pessoa?
Verdade ou mentira?
O vídeo é real, mas o preso não é o mesmo que matou um policial durante a saidinha de Natal!
O homem que aparece nas imagens se chama Luan Gomes e a filmagens foram feitas no Tribunal de Justiça de Roraima, durante sua audiência de custódia. A voz de uma mulher, captada no vídeo, é da juíza Lana Leitão Martins, homenageada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pelo tratamento humanizado dado ao preso.
A audiência de custódia é o momento em que o Judiciário avalia a legalidade de uma prisão em flagrante. O processo é obrigatório por lei e serve para garantir que não houve nenhum abuso na prisão, além de verificar se se a detenção é mesmo necessária ou se ela pode ser substituída por medidas alternativas, como distribuição de cestas básicas, pagamento de multa, etc.
Luan Gomes continua preso por tráfico de drogas.
O suspeito de matar o sargento da Polícia Militar Roger Dias da Cunha se chama Webert Souza Fernandes e foi indiciado por homicídio por motivo torpe, porte ilegal de arma de fogo, dissimulação e assassinato que impossibilitou a defesa.
Em entrevista, a delegada Ariadne Heloise, da Delegacia de Homicídios de Venda Nova (em Belo Horizonte, MG) disse que esse foi o primeiro homicido do fugitivo:
“O autor do crime, Webert, confessou ter atirado contra o sargento Dias e disse, ainda, que o fez porque não queria voltar para o presídio, onde cumpria pena por roubo e tráfico de drogas”
Conclusão
É verdade que uma juíza fez uma audiência humanizada com um preso, mas não é verdade que o homem que aparece no vídeo seja o mesmo que matou um sargento da PM durante a saidinha de Natal!