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O mistério dos crânios de cristal resolvido

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O mistério dos crânios de cristal resolvido

Os crânios de cristal não são mais um mistério para a ciência! Veja o que pesquisadores descobriram a respeito desses estranhos achados arqueológicos.

Surgidas na década de 1860, dezenas de esculturas de cristal em forma de crânio humano começaram a aparecer em diversas partes do mundo e deixaram intrigados pesquisadores sobre a sua origem.

Algumas teorias sugeriram que os achados teriam sido esculpidos pelos astecas e três desses estão em exposição nos museus de Washington, Londres e Paris.

Afinal, como foram confeccionadas essas enigmáticas obras de arte?

Caveiras de cristal supostamente encontradas no final do século 19 deixaram pesquisadores intrigados por anos!

Caveiras de cristal supostamente construídas há centenas de anos pelos astecas e encontradas no final do século 19 deixaram pesquisadores intrigados por anos!

 

Verdadeiras ou falsas?

São falsas! E isso quem afirma é a edição de numero 91 da revista de notícias científicas Chemical & Engineering, publicada em março de 2013. Depois de vários anos de minuciosos estudos, a equipe liderada pela arqueóloga Jane Walsh chegou à seguinte conclusão: Os crânios de cristal não são da época dos astecas.

Jane Walsh, Ph.D. (Foto: Department of Anthropology Staff)

Jane Walsh, Ph.D. (Foto: Department of Anthropology Staff)

Alguns detalhes chamam a atenção e denunciam a fraude:

  • Falta de documentação – Os crânios não vieram documentados dos sítios arqueológicos
  •  Os dentes representados nos crânios são retos e lineares, muito diferentes dos dentes esculpidos nas obras daquele povo
  • Com a ajuda de microscópios, os pesquisadores notaram que os as caveiras de cristal possuem marcas regulares em toda parte. Isso prova que as esculturas teriam sido feitas por modernas rodas giratórias e abrasivos sólidos, e não usando ferramentas manuais antigas
Esculpida à mão, o cristal de quartzo (à esquerda) tem marcas de condicionamento irregulares, enquanto a pedra esculpida na máquina (à direita) tem um padrão regular. Isso só foi possivel ver com a ajuda de um microscópio eletrônico de varredura. (foto: Reprodução/Museu Britânico)

Esculpida à mão, o cristal de quartzo (à esquerda) tem marcas de condicionamento irregulares, enquanto a pedra esculpida na máquina (à direita) tem um padrão regular. Isso só foi possivel ver com a ajuda de um microscópio eletrônico de varredura. (foto: Reprodução/Museu Britânico)

 

  • Uma análise espectroscópica mostrou que o cristal de rocha apresenta “verdes, inclusões vermiformes” característica de cristal de rocha do Brasil ou Madagascar. Bem longe do México.
  • Além disso, raios X revelaram que alguns dos crânios foram revestidos com carboneto de silício, “um abrasivo sintético usado em pedra-escultura oficinas só a partir de meados do século 20.”
Inclusões de ferro clorita foram encontrados no crânio falso do Museu Britânico. Eles são encontrados apenas em quartzo do Brasil ou Madagascar, mas não no México. (foto: Divulgação/Museu Britânico)

Inclusões de ferro clorita foram encontrados no crânio falso do Museu Britânico. Eles são encontrados apenas em quartzo do Brasil ou Madagascar, mas não no México. (foto: Divulgação/Museu Britânico)

 

Conclusão

Os misteriosos crânios de cristal já não são tão misteriosos assim. Já se sabe que não foram confeccionados pelo povo asteca, mas por pessoas do final do século 19 e começo do 20. O mistério agora é descobrir quem foi…

Gilmar Henrique Lopes é Analista de Sistemas e, em 2002, criou o E-farsas.com (o mais antigo site de fact checking do país!) que tenta desvendar os boatos que circulam pela Web. Gilmar é o autor do livro "Caçador de Mentiras" pela Editora Matrix e da aventura de ficção infantojuvenil "Marvin e a Impressora Mágica"!

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