Correntes
Alerta sobre o tarado do perfume se espalha no WhatsApp!
É verdadeiro o alerta que se espalhou através do WhatsApp sobre um estuprador que estaria atacando mulheres após as sedarem com uma substancia perfumada?
O depoimento começou a ser compartilhado nas redes sociais na segunda semana de novembro de 2014 e em forma de áudio, através do mensageiro WhatsApp. De acordo com o alerta, um homem estaria abordando mulheres na rua, sob o pretexto de apresentar um novo perfume, e acaba espirrando uma substância muito forte nas vítimas, deixando-as inconscientes.
Logo a seguir, o “tarado do perfume”, se fazendo passar por namorado ou marido, leva-as a algum local onde consumaria o estupro.
O fato, segundo relatado no áudio, já teria ocorrido com mulheres em várias cidades do Estado do Rio de Janeiro!
Será que isso é verdadeiro ou falso?
Verdadeiro ou falso?
A primeira coisa que temos que verificar aqui é a data em que isso estaria ocorrendo. Como o alerta não é datado, fica fácil voltar a circular daqui uns anos. E foi o que aconteceu nesse caso!
Já pesquisamos aqui no E-farsas, em 2004, um boato semelhante a esse que se espalhou no Brasil um ano antes. Na ocasião, descobrimos que havia outras versões do mesmo boato do Golpe do Perfume circulando pela internet desde 1999 (em inglês, em espanhol e ate em francês).
A diferença é que na versão de 2003 os bandidos eram dois homens bem vestidos e os crimes estariam ocorrendo no estacionamento do supermercado WalMart (não se sabe de onde).
Outra lenda urbana semelhante a essa foi pesquisada pelo E-farsas em 2013. Na ocasião, provamos que era falsa a história de uma quadrilha que estaria drogando e assaltando pessoas no estacionamento do Barra Shopping, no Rio de Janeiro. Segundo o alerta falso, os ladrões davam às suas vítimas um cartão com uma substância química que causava desmaios e “perda total do livre-arbítrio”.
Ausência de fontes
Uma busca pela web e não encontramos nenhum jornal que confirmasse a denúncia do tarado do perfume e, além disso, o Jornal Extra publicou uma matéria dizendo que, de acordo com a 21ª DP (de Bonsucesso), a 22ª DP (da Penha) e a 59ª DP (de Duque de Caxias), nenhum registro desse fato foi realizado nessas regionais. Justamente os locais onde o alerta diz terem acontecido os crimes!
Conclusão
Mais um boato da web! Não repassem esse tipo de história. Ah! Ainda vale aquele conselho de mãe: “Não falem com estranhos na rua!”
Colaboração da leitora e amiga Joyce Garcia