Esporte
As camas das Olimpíadas são de papelão para evitar o sexo entre os atletas?
É verdade que os organizadores das Olimpíadas de Tóquio fizeram camas de papelão para dificultar que os atletas façam sexo na Vila Olímpica?
A notícia surgiu no final da primeira quinzena de julho de 2021 e afirma que a comissão técnica dos Jogos Olímpicos de Tóquio teria instalado camas de papelão nos quartos dos atletas para desencorajá-los de fazer sexo.
As camas mais fracas não aguentariam mais que uma pessoa por vez, dificultando o ato sexual entre os participantes dos jogos durante estadia na Vila Olímpica.
A medida, segundo o que foi espalhado nas redes sociais, teria como objetivo evitar o contágio do novo coronavírus entre os jovens atletas.
Será que isso é verdade?
Verdade ou mentira?
É verdade que as camas da Vila Olímpica, construída na capital do Japão para os jogos de 2021, são feitas de papelão, mas não é verdade que elas foram instaladas com a intenção de dificultar o sexo entre os atletas.
Segundo a agência de notícias alemã DW, uma nota da fabricante dos móveis – a Airweave – explica que as camas de papelão suportam cerca de 220 quilos e que seu uso se deve mais à sustentabilidade:
“Conduzimos experimentos, como jogar pesos em cima das camas […] Contanto que fiquem duas pessoas na cama, elas devem ser fortes o suficiente para suportar a carga. elas serão recicladas em produtos de papel após os Jogos, com os componentes do colchão reciclados em novos produtos de plástico”
A nota também explica que essa é a primeira vez na história olímpica e paraolímpica que todas as camas e roupas de cama são feitas quase inteiramente de materiais renováveis.
Possível origem
Ao que tudo indica, essa história de que as camas de papelão haviam sido instaladas para desencorajar o sexo entre os atletas ganhou força após um tuite de um corredor norte-americano chamado Paul Chelimo:
https://twitter.com/Paulchelimo/status/1416240846039523331
Dias depois, o ginasta irlandês Rhys McClenaghan postou um vídeo nas suas redes sociais pulando em cima de uma dessas camas de papelão, mostrando que o móvel é bastante resistente:
https://twitter.com/McClenaghanRhys/status/1416567768938291203
Em uma publicação bem humorada, a conta oficial das Olimpíadas no Twitter agradeceu ao atleta por quebrar o mito das camas serem frágeis:
Thanks for debunking the myth.😂You heard it first from @TeamIreland gymnast @McClenaghanRhys – the sustainable cardboard beds are sturdy! #Tokyo2020 https://t.co/lsXbQokGVE
— The Olympic Games (@Olympics) July 19, 2021
O manual das Olimpíadas pede que os participantes “limitem seu contato físico com os atletas” e “evitem formas desnecessárias de contato físico”, como abraços e apertos de mão. Além disso, o Comitê Organizador de Tóquio também prevê a distribuição de 150 mil preservativos aos atletas que estiverem saindo da Vila Olímpica.
“A distribuição de preservativos não é para uso do atleta na vila, mas para que os atletas os levem de volta aos seus países de origem para aumentar a conscientização sobre as questões do HIV e AIDS”, disse o comitê.
Os 150 mil preservativos são apenas ⅓ do total de preservativos distribuídos durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016, quando 450 mil camisinhas foram dadas durante os jogos aqui no Brasil.
Conclusão
É verdade que as camas da Vila Olímpica de Tóquio são feitas de papelão e é verdade que o comitê olímpico recomenda o distanciamento entre os competidores, mas é falso que essas camas foram feitas para desencorajar o sexo entre os atletas!