Falso
Imagens mostram a ressonância magnética de um homem de 406 kg! Será verdade?
Será que as imagens que mostram os ossos e órgãos internos do corpo de um homem obeso são mesmo de uma ressonância magnética 3D?
As imagens voltaram a circular através das redes sociais no final de abril de 2022, graças a publicações feitas em “páginas de curiosidades” no Facebook e no Twitter, e mostram o que parece ser o interior de um corpo humano de uma pessoa bastante obesa.
O texto que acompanha as figuras afirma que elas são o resultado de um tipo de ressonância magnética que permite mais detalhes tridimensionais de forma não invasiva.
A publicação feita no Facebook ainda diz que o homem mostrado pesa 406 kg e que o colorido da cena mostra a força dos ossos do humano!
Será que essas imagens são verdadeiras ou falsas?
Verdade ou mentira?
Através de buscas reversas dessas imagens, descobrimos que ela circula pela web desde, pelo menos, 2014. Ou seja, logo de cara, confirmamos que não se trata de algo recente e que, a cada publicação, as informações são alteradas.
Em alguns casos, o homem da figura estaria pesando 180 quilos, em outros, mais de 400… em outras versões – como nessa matéria publicada no UOL em 2014 – é levantada a suspeita de que o homem teve que ir a um zoológico para passar pelo aparelho de tomografia destinado aos animais de grande porte.
Um dos maiores aparelhos de ressonância magnética que existem é o Aquilion Large Bore, que começou a ser utilizado no Hospital Universitário Kuopio, na Finlândia, em 2006. Ele possui pouco mais de 90 centímetros de abertura e, apesar de seu enorme tamanho, é meio difícil de um ser humano de estatura normal ficar de braços abertos durante a varredura da máquina:
A origem
A verdade mesmo é que essas imagens foram tiradas de uma animação feita por computação gráfica para um programa exibido em 2013, na rede de TV britânica Channel 5.
O programa ‘70 Stone & Almost Dead’ (algo como “70 pedras e quase morto” em inglês) contava a luta do britânico Keith Martin, que sofria de obesidade mórbida que o impediu de sair da cama por mais de onze anos.
O “stone” citado no nome do programa se refere a uma unidade de massa (que corresponde a 16 libras) e 70 delas equivalem a cerca de 444 quilos, que era mais ou menos o que Keith Martin pesava quando começaram a filmá-lo para o documentário.
Na ocasião, ele tinha que dormir em duas camas e sua obesidade o impedia de andar, tomar banho, ir ao banheiro…
Após 8 meses de um programa com dietas e muita fisioterapia, o homem conseguiu perder 127 kg. Bastante, mas não o suficiente para que ele voltasse a andar.
Aos 5:55 do documentário abaixo, podemos ver o trecho da arte feita pela produção do programa com a ajuda de computação gráfica para ilustrar a condição de Martin e que foi espalhado pela web como se fosse de uma tomografia real:
https://youtu.be/4xt-JPW1IUI?t=355
Infelizmente, Keith Martin faleceu no dia 4 de dezembro de 2014, aos 44 anos de idade, vítima de uma pneumonia.
Conclusão
As imagens que mostram o interior de um homem obeso são falsas! Elas foram feitas com computação gráfica para um documentário de 2013, que contava a luta de um britânico chamado Keith Martin para perder parte de seus 444 quilos!