É verdade que Marielle Franco foi morta por Flávio Bolsonaro por tentar concorrer ao Senado?
É verdade que a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco foi assassinada a mando de Flávio Bolsonaro porque estava se candidatando ao cargo de senadora?
Na segunda quinzena na janeiro de 2019, diversas publicações surgiram nas redes sociais – sobretudo, no Facebook – levantando a suspeita de que a morte da vereadora teria sido orquestrada por outro concorrente ao Senado no ano de 2018, Flávio Bolsonaro!
A morte, segundo o que se espalhou pela web, seria uma manobra dos milicianos a mando de Flávio Bolsonaro, que via em Marielle uma forte concorrente!
Será que essa suspeita é verdadeira ou falsa?
Verdade ou mentira?
Marielle Franco foi executada com três tiros na cabeça e um no pescoço, na noite de 14 de março de 2018, juntamente com o motorista Anderson Pedro Mathias Gomes. A morte ainda está sendo investigada e a principal linha de investigação aponta para que o crime tenha sido premeditado e que se tratou de uma execução.
Nessa reportagem da VICE, podemos ver pelo que Marielle lutava:
“Nos 16 projetos de lei que criou e apoiou durante seu curto mandato, a vereadora focou na efetivação de políticas públicas em prol dos direitos das mulheres, negros e LGBTs.”.
Alguns dias antes da sua morte, Marielle fez publicações no seu perfil do Facebook, denunciando os maus-tratos que o 41º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro vinha praticando contra os moradores de Acari (bairro da zona norte do Rio de Janeiro.
A vereadora relatou, por exemplo – no dia 10 de março de 2018 – que o Batalhão da Polícia Militar estava aterrorizando e violentando moradores de Acari e que, há poucos dias, dois jovens aviam sido mortos e jogados em um valão:
Precisamos gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento.O 41° Batalhão da Polícia Militar do…
Posted by Marielle Franco on Saturday, March 10, 2018
Apesar de ser conhecida na comunidade, sua influência ainda ela pequena para concorrer a um cargo tão elevado como o de senadora.
Ligação entre Marielle, Bolsonaro e as milícias
Em janeiro de 2019, a Operação Intocáveis buscou miliciano envolvido no crime e que tinha mãe e mulher trabalhando no gabinete de Flávio Bolsonaro, quando este ainda era deputado estadual. Apesar das nomeações terem sido feitas pelo ex-motorista de Flávio, Fabrício Queiroz, essa ligação colocou o filho do presidente na mira da mídia e das investigações. No entanto, nada ainda foi provado contra Flávio Bolsonaro em relação ao assassinato de Marielle.
Quanto à suspeita de que Marielle Franco teria sido morta por planejar concorrer ao Senado, basta uma busca no Google por notícias da época para descobrir que a vereadora estava se preparando para ser anunciada como candidata a vice-governadora pelo PSOL.
Notícia abaixo retirada do site Extra:
“A vereadora Marielle Franco seria anunciada pelo PSOL como candidata do partido a vice-governadora do Rio na chapa do também vereador Tarcísio Motta. Na última sexta-feira, a parlamentar participou de uma série de reuniões internas do partido para definir quando a chapa seria oficializada. Marielle foi assassinada a tiros na noite desta quarta-feira no Estácio, na região central do Rio, quando voltava para casa, de carro, de um evento na Lapa, no Centro do Rio.”
Conclusão
A suspeita de que Marielle foi morta a pedido de Flávio Bolsonaro apenas por ela ter se lançado à candidatura de senadora é fraca, pois ela não estava almejando esse cargo. O partido estava preparando o terreno para que ela se candidatasse à vice-governadora! As acusações são falsas!