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O arroz brasileiro está contaminado por vírus e bactérias?

Conspirações

O arroz brasileiro está contaminado por vírus e bactérias?

Será verdade que várias marcas de arroz estão contaminadas por vírus e bactérias e que o Governo e Ministério da Saúde estão escondendo isso da população?

O alerta surgiu nas redes sociais – sobretudo, no WhatsApp – no começo da segunda quinzena de outubro de 2016 e chama a atenção dos consumidores do arroz das marcas Carreteiro, Máximo, Ouro e Tio João para o perigo de uma infecção!

Segundo o texto, o Governo brasileiro estaria escondendo a informação de que estudantes universitários teriam contaminado propositalmente as plantações de arroz com vírus e bactérias que, se ingeridos, causam infecção no estômago podendo levar a morte.

Será que isso é verdade?

Perigo no arroz dos brasileiros! Será verdade? (foto: Reprodução/Facebook)

Perigo no arroz dos brasileiros! Será verdade? (foto: Reprodução/Facebook)

Verdade ou farsa?  

Como todo bom boato eletrônico que se preza, esse possui todas as características de uma e-farsa:

  • Trata de um assunto que chama a atenção do leitor;
  • Possui um tom alarmista e conspiratório;
  • Usa o nome de pessoas com cargos importantes e de instituições de renome;
  • É vago e não cita fontes;
  • Não é datado;
  • Pede para ser repassado para o maior numero de pessoas;

Analisando trechos do alerta que se espalhou através do WhatsApp, logo na primeira linha temos:    

O governo brasileiro está escondendo uma informação da população.

Texto típico desse tipo de boato: A ideia de que há uma informação importante e que o “governo” está escondendo da população!

Se essa informação está sendo mantida em sigilo, como é que essa pessoa sabe disso? O autor do alerta não diz…

A seguir:

A nova safra de arroz referente a colheita do mês de Outubro foi infectada com vírus e bactérias por estudantes universitários em visitas nas plantações. Esses vírus e bactérias causam infecção no estômago podendo levar a morte. O Ministério da Saúde não tem dinheiro para tirar a bacteria dessa safra de arroz.

Quando os estudantes universitários visitaram essas plantações? Onde foram essas visitas? Quais são essas bactérias e vírus?

Igualmente, o autor do texto também não explica.

No portal do Ministério da Saúde não há nenhuma nota a respeito de arroz contaminado (Ah, é! o Governo está escondendo isso da população muito bem, pois não há nenhuma menção a isso em nenhum jornal!).

Logo no meio do “alerta” temos:

REPASSEM para o maior número de pessoas, não deixe que elas comam arroz das marcas Carreteiro, Máximo, Ouro e Tio João pelos próximos meses. Vamos nos prevenir e denunciar. Parem de comer arroz!

Como todo bom boato alarmista, esse também pede para ser repassado ao maior número de pessoas.

E pra finalizar:

O médico Carlos Gouveia, CRM 32.234 tem mais informações a respeito no 0800-770-7900.

Uma busca pelo CRM 32.234 nos mostra 3 médicos: um de Minas Gerais, uma do rio Grande do Sul e outro de São Paulo. Nenhum deles se chama Carlos Gouveia!

Uma busca pelo nome do médico nos retorna vários médicos, mas nenhum com o CRM informado no boato.

Além disso, o número de telefone citado no boato é do SAC da empresa Top Therm, que nada tem a ver com contaminação de arroz!

Conclusão

Não há nenhuma contaminação no arroz brasileiro! Esse é um dos muitos textos alarmistas que se espalham pelo Whatsapp. Na dúvida, sempre pesquise antes de repassar esses boatos!  

Gilmar Henrique Lopes é Analista de Sistemas e, em 2002, criou o E-farsas.com (o mais antigo site de fact checking do país!) que tenta desvendar os boatos que circulam pela Web. Gilmar é o autor do livro "Caçador de Mentiras" pela Editora Matrix e da aventura de ficção infantojuvenil "Marvin e a Impressora Mágica"!

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