O Dr. Yamamoto criou uma ilusão de ótica que mede o estresse?
É verdade que uma imagem de uma ilusão de ótica criada por um professor de neurologia mede a quantidade de estresse do observador?
A imagem curiosa surgiu nas redes sociais na penúltima semana de novembro de 2018 e quem a espalhou afirmava que ela teria sido criada por um neurologista para ser usada como um teste de estresse. O texto bastante compartilhado também afirma que o dr. Yamamoto, professor de neurologia, descobriu que quem vê a imagem se mexendo estaria com estresse elevado e quem vê a ilustração estática estaria saudável.
Será que essa história é verdade ou mentira?
Verdade ou mentira?
Procuramos saber quem é o tal Dr. Yamamoto, mas não encontramos nenhum professor de neurologia com esse sobrenome e que poderia ter criado esse método. Como o texto não dá maiores informações de onde esse professor dá aulas, fica muito difícil de se comprovar os dados citados. Em versões estrangeiras (sim, essa história ganhou o mundo), o doutor ganhou o nome de Yamamoto Hashima.
Uma busca reversa dessa imagem e descobrimos que ela é, na verdade, uma criação do artista digital ucraniano Yurii Perepadia, feita em 2016. Ele mesmo explica isso em uma postagem no seu perfil do Instagram, aproveitando para desmentir que um doutor de sobrenome oriental seria o autor da ilustração:
“Eu desenhei essa ilusão de óptica no Adobe Illustrator no dia 26 de setembro, em 2016. Para cria-la, usei o efeito de Akioshi Kitaoka. É um efeito de traços em preto e branco por cima de uma imagem colorida de fundo, que ativa o foco da visão e dá a impressão de que a imagem está se movendo. O psicoterapeuta japonês Dr. Yamamoto Hashima não tem nada a ver com essa imagem. Na realidade, Yamamoto Hashima nem existe realmente”
A imagem ficou famosa em outubro de 2018, quando Alice Proverbio, uma professora de neurociência cognitiva da Universidade de Milano Biccoca (Itália), a publicou no Twitter:
https://twitter.com/AliceProverbio/status/1050672406543486977
Alice explicou, na ocasião, que existem duas áreas do cérebro responsáveis por este efeito: uma chamada V5, que se dedica ao processamento do movimento, e outra designada V4, que processa a cor e a forma. Quando os neurônios V4 ficam muito saturados, são ativados os neurônios V5, que processam o movimento. Essa “compensação” entre os dois tipos de neurônios causam essa sensação de movimento.
Ou seja, nada a ver com estresse!
Conclusão
A imagem espalhada como se fosse um teste para se medir a quantidade de estresse é, na verdade uma ilustração criada por um artista ucraniano e nada tem a ver com testes anti-stress!