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O Facebook admitiu que cometeu um erro ao censurar a hidroxicloroquina?

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O Facebook admitiu que cometeu um erro ao censurar a hidroxicloroquina?

O Facebook admitiu que cometeu um erro ao censurar a hidroxicloroquina?

É verdade que a rede social de Mark Zuckerberg admitiu que errou ao censurar postagens sobre tratamento precoce da COVID-19 com hidroxicloroquina?

Na primeira semana de fevereiro de 2021, uma notícia envolvendo o Facebook e o uso de hidroxicloroquina no tratamento do novo coronavirus começou a ser compartilhada em vários sites e blogs, além de se espalhar também em grupos de WhatsApp e em demais redes sociais.

De acordo com o recorte de uma manchete, o Facebook teria admitido que cometeu um erro ao censurar publicações envolvendo o tratamento precoce da COVID-19 com hidroxicloroquina. Com essa decisão, a rede social estaria admitindo que errou ao esconder da população a verdade sobre os benefícios da droga na prevenção da doença causada pelo SARS-CoV-2.

Vários políticos compartilharam a notícia, dentre eles, o deputado federal Filipe Barros, como podemos ver na imagem abaixo, mas será que isso é verdade ou mentira?

O Facebook reconheceu que errou ao censurar postagem sobre tratamento precoce da COVID-19! Será verdade? (foto: reprodução/Facebook)

Verdade ou mentira?

A postagem dá a entender que o Facebook teria reconhecido a a eficácia do uso da hidroxicloroquina no tratamento precoce da COVID-19, o que não é verdade.

Em outubro de 2020, um usuário postou um vídeo e um texto em francês em um grupo público do Facebook relacionado ao COVID-19. A postagem do usuário denunciava que a Agence Nationale de Sécurité du Médicament (agência francesa responsável pela regulamentação dos produtos para a saúde) havia proibido o uso de hidroxicloroquina e azitromicina contra COVID-19, mas havia autorizado o antiviral Remdesivir.

A publicação era, em resumo, uma critica à falta de uma estratégia de saúde na França, que dava autorização para alguns remédios e não para outros no tratamento da COVID-19.

Ao ser cobrado pelo Oversight Board (um órgão formado por um conselho que toma decisões de moderação de conteúdo na plataforma de mídia social Facebook, criado para lidar com recursos para conteúdo bloqueado ou removido), o Facebook explicou que removeu a postagem, pois ela continha afirmações [falsas] de que existe uma cura para o COVID-19.

Em sua defesa, o Facebook também disse que a empresa ponderou que deixar a publicação no ar poderia levar as pessoas a ignorar as orientações de saúde ou a tentarem se automedicar, por isso a removeu.

A sugestão do Conselho, que pode ser lida na íntegra aqui, é que o Facebook volte atrás nessa postagem especificamente, por entender que o usuário havia se manifestado em oposição a uma política governamental e pretendia [com o seu post na rede social] mudar essa política. 

A postagem do usuário cita a combinação de medicamentos que não pode ser comprada sem receita na França e, por esse motivo, o conselho entendeu que a manifestação não incentiva as pessoas a comprar ou tomar medicamentos sem receita

Além disso, a decisão do Facebook – segundo parecer do Conselho – não estava em conformidade com os padrões internacionais de direitos humanos sobre a limitação da liberdade de expressão. 

Ao Facebook, foi aconselhado que volte com a postagem – marcando-a como “distorcida” – e que a empresa elabore novos métodos para avaliar publicações como essa.

Doutora Simone Gold

A notícia espalhada nas redes sociais cita uma publicação feita pela doutora Simone Gold, lider do movimento America’s Frontline Doctors – uma organização política que se opõe a bloqueios e mandatos de distanciamento social durante a pandemia de COVID-19 e promove tratamentos alegados e não aprovados para COVID-19 .

A doutora Gold foi uma das pessoas presas por participar da invasão ao Capitólio dos Estados Unidos, no dia 6 de janeiro de 2021.

Conclusão

A afirmação compartilhada nas redes sociais dá a entender que o Facebook teria admitido que a hidroxicloroquina é eficaz no tratamento precoce da COVID-19. Na verdade, o Facebook acatou uma sugestão do seu Conselho, que entendeu que uma publicação feita em outubro de 2020 por um usuário sobre uma decisão da Agence Nationale de Sécurité du Médicament não deveria ser removida, mas marcada como “distorcida”. O Conselho entendeu que a publicação não encorajava a automedicação, pois a combinação de medicamentos citada não pode ser comprada sem receita na França. 

Gilmar Henrique Lopes é Analista de Sistemas e, em 2002, criou o E-farsas.com (o mais antigo site de fact checking do país!) que tenta desvendar os boatos que circulam pela Web. Gilmar é o autor do livro "Caçador de Mentiras" pela Editora Matrix e da aventura de ficção infantojuvenil "Marvin e a Impressora Mágica"!

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