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O Facebook, o WhatsApp e o Instagram foram bloqueados devido a tragédia na Escola Raul Brasil?

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O Facebook, o WhatsApp e o Instagram foram bloqueados devido a tragédia na Escola Raul Brasil?

O Facebook, o WhatsApp e o Instagram foram bloqueados devido a tragédia na Escola Raul Brasil?

As redes sociais “Facebook” e “Instagram”, além do aplicativo de troca de mensagens instantâneas “WhatsApp” foram bloqueados devido a tragédia ocorrida na escola Raul Brasil, na cidade de Suzano, no Estado de São Paulo?

Bem, é isso que alegam inúmeras histórias, com as mais diversas variações, que começaram a circular através das próprias redes sociais supostamente bloqueadas, e de outras que permaneceram ativas, a exemplo do Twitter.

Entretanto, será que essas histórias são mesmo verdadeiras? Descubra agora, aqui, no E-Farsas!

Imagem enviada pelo usuário Junior Santos, para nosso grupo no Facebook, solicitando que verificássemos a disseminação desta história.

Mais exemplos de mensagens amplamente disseminadas pelas redes sociais divulgando uma eventual conexão entre a tragédia na Escola Raul Brasil e o “apagão” do Facebook, Instagram e WhatsApp.

Verdadeiro ou Falso?

As histórias são falsas! Todas essas alegações fantasiosas, que vêm circulando nas redes sociais com diferentes versões, possuem as mesmas características: caráter alarmista/sensacionalista, pedem que os usuários repassem ou compartilhem o texto (com o claro intuito que viralize e alcance o maior número de pessoas), e não fornecem nenhuma fonte verificável (endereço virtual/link) para embasar a alegação.

Somente as supostas motivações que variam um pouco: o suposto bloqueio teria sido devido a uma eventual disseminação de fotos e vídeos da tragédia ou então devido a uma investigação, que ainda estaria sendo realizada nas redes sociais, com a alegação de que novos ataques poderiam ocorrer (diga-se de passagem nada disso procede).

É importante deixar claro, que no dia 13 de março de 2019, houve dois eventos distintos e de grande repercussão: a tragédia na escola Raul Brasil (dois ex-alunos mataram brutalmente, de maneira covarde, ao menos 6 estudantes e 2 funcionárias da escola), na cidade de Suzano/SP, e aquilo que vem sendo chamado internacionalmente de mais grave “apagão” do Facebook, que levou consigo o Instagram e o WhatsApp. Porém, um evento não possui nenhuma relação com o outro.

No dia 13 de março de 2019, houve dois eventos distintos e de grande repercussão, porém um evento não possui nenhuma relação com o outro.

Durante toda a tarde de quarta-feira (13), as hashtags #FacebookDown, #InstagramDown e #WhatsApp ficaram entre os assuntos mais comentados mundialmente (trending topics) no Twitter.

De acordo com o site Down Detector, que permite que usuários visualizem em tempo real os problemas e as falhas em milhares de serviços de internet ao redor do mundo, dezenas de países foram afetados pelo “apagão” do Facebook. Os mais afetados foram: Estados Unidos, México, Japão, Filipinas (além de diversos outros países do Sudeste Asiático), países membros da União Europeia, e países da América Latina, incluindo, obviamente, o Brasil.

De acordo com o site Down Detector, que permite que usuários visualizem em tempo real os problemas e as falhas em milhares tipos de serviços de internet ao redor do mundo, dezenas de países foram afetados. Os mais afetados foram: Estados Unidos, México, Japão, Filipinas (além de diversos outros países do Sudeste Asiático), países membros da União Europeia, e países da América Latina, incluindo o Brasil

Ao longo de todo o período de maior instabilidade, o Facebook, por exemplo, exibia uma mensagem de erro padrão, dizendo que simplesmente algo havia dado errado, mas que estavam trabalhando para solucioná-lo o mais brevemente possível. No Twitter, o Facebook também comentou brevemente sobre o incidente:

https://twitter.com/facebook/status/1105907126424109056

Basicamente, o Facebook disse que estava ciente do que estava acontecendo, visto que “algumas” pessoas estavam tendo problemas em acessar sua família de aplicativos. A única informação que eles podiam confirmar era que o problema não estava relacionado a um ataque DDoS, uma espécie de ataque coordenado visando derrubar um determinado serviço na internet. Para completar era possível ver nitidamente nos comentários, que usuários do mundo inteiro estavam revoltados e com problemas para acessar o Facebook.

Embora o Facebook seja alvo constante de processos por parte de familiares de vítimas de atentados terroristas, nos Estados Unidos, o comportamento da rede social em casos assim é completamente oposto a de um bloqueio temporário. Em casos de atentados, o Facebook geralmente disponibiliza uma função que permite que seus usuários avisem a seus contatos, que estão bem. Através do “status de segurança“, é possível marcar conhecidos que estão bem ou confirmar sua própria segurança. Os contatos de quem for marcado recebem uma notificação avisando da situação. Isso ocorreu, por exemplo, no chamado “Ataque Terrorista em Paris“, em 2015, no “Massacre de Orlando“, em 2016, entre outras tragédias.

De fato, esse recurso ficou disponível em relação a tragédia ocorrida na Escola Raul Brasil, em Suzano/SP, porém devido a instabilidade do próprio Facebook isso acabou não tendo tanta utilidade.

Esse recurso ficou disponível em relação a tragédia ocorrida na Escola Raul Brasil, em Suzano/SP, porém devido a instabilidade do Facebook isso acabou não tendo tanta utilidade.

Enfim, até o momento do fechamento desta postagem, o Facebook, assim como o Instagram e o WhatsApp ainda permanecem instáveis para diversos usuários ao redor do mundo. Além disso, também não foi informado oficialmente as causas desse “apagão”.  Caso tenhamos maiores informações, manteremos vocês atualizados!

Conclusão

Apesar da infeliz coincidência, a interrupção temporária do Facebook, Instagram e WhatsApp não possui qualquer ligação com a tragédia ocorrida na escola Raul Brasil, na cidade de Suzano, no Estado de São Paulo. O problema ocorreu em dezenas de países ao redor do mundo, ou seja, não foi algo localizado.

Portanto, a interrupção não ocorreu devido a uma suposta investigação de eventuais novos atentados, e nem mesmo para evitar a disseminação de fotos e vídeos da tragédia. É muito triste que histórias falsas como essas circulem nas redes sociais em um momento de tanta dor para as famílias dos adolescentes, covardemente assassinados, e de tanta consternação por parte dos cidadãos de bem em nosso país.

Jornalista e colaborador do site de verificação de fatos E-farsas entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020. Entre junho de 2015 e abril de 2018, trabalhei como redator do blog AssombradO.com.br, além de roteirista do canal AssombradO, no YouTube, onde desmistificava todos os tipos de engodos pseudocientíficos e casos supostamente sobrenaturais.

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