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O STF perdoou 50 terroristas que incendiaram 2 ministérios em 2017?

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O STF perdoou 50 terroristas que incendiaram 2 ministérios em 2017?

O STF perdoou 50 terroristas que incendiaram 2 ministérios em 2017?

Texto que acompanha colagem de fotos afirma que o STF teria perdoado 50 terroristas que teriam ateado fogo em 2 ministérios em 2017! Será verdade?

As fotos começaram a se espalhar na segunda quinzena de fevereiro de 2021 através de grupos de WhatsApp e mostram incêndios e depredações em prédios públicos. O texto que acompanha a colagem de imagens afirma que as fotografias teriam sido tiradas em 2017, quando – segundo o texto – 50 “terroristas de esquerda” teriam ateado fogo no prédio do ministério da Agricultura e no da Saúde.

O texto ainda levanta uma questão que dá a entender que o Supremo Tribunal Federal (STF) não tomou nenhuma providência contra esses terroristas na ocasião e que ninguém foi preso.

Será que isso é verdade ou mentira?

Texto compartilhado nas redes sociais em fevereiro de 2021: “Lembremo-nos de 2017, quando 50 terroristas de esquerda, devidamente identificados com bandeiras, atearam fogo em dois Ministérios, o da Agricultura e o da Saúde. Alguém lembra se o STF mandou prender alguém por ato terrorista?” (foto: Reprodução/WhatsApp)

Verdade ou mentira?

A fotografia maior da colagem compartilhada em grupos do WhatsApp em fevereiro de 2021 já foi usada em outro contexto anos antes. Em maio de 2017, o então ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, usou seu perfil do Twitter para criticar as depredações de prédios da Esplanada dos Ministérios.Criminosos se manifestando. Punição tem que ser exemplar para quem faz isso e para quem lidera!”, escreveu o ministro:

Reprodução/Twitter

Acontece que a foto é um incêndio de 2005, ocorrido no prédio do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). Após perícia, ficou provado que um curto-circuito deu origem ao incêndio (e não por manifestantes).

Já as duas outras fotos menores são referentes a um protesto ocorrido em maio de 2017, contra o governo Michel Temer e a favor de uma reforma trabalhista. O movimento, que reuniu cerca de 35 mil pessoas em Brasília, iniciou de forma pacífica e culminou em depredação e vandalismo após confronto dos manifestantes com a polícia. Um princípio de incêndio ocorreu na entrada de um dos prédios do ministério da Agricultura.

Na ocasião, o ministério da Saúde não foi incediado.

Uma das fotos (a que mostra um homem jogando um objeto em uma porta de vidro) foi tirada em frente a Esplanada dos Ministérios.

Ninguém foi preso? 

Diferente do que a corrente afirma, o confronto com a polícia e os atos de vandalismo em Brasília resultaram em oito pessoas presas e 49 pessoas feridas naquele dia. O então presidente Michel Temer decretou ação de garantia de lei e da ordem na capital, o que permitiu o uso da Forças Armadas para dissipar os manifestantes.

Em nota, o ministério da Defesa anunciou que 1.500 homens foram mobilizados e que a medida foi exclusiva para os prédios públicos. No dia seguinte, sob críticas nas redes sociais, o presidente revogou o decreto.

Atualização 22/02/2021

Segundo o jornal Correio Braziliense, nenhum dos presos era de Brasília:

“A polícia prendeu três paulistanos, de 19, 18 e 32 anos, por porte de entorpecentes e porte de arma branca. O quarto residente de São Paulo, 35 anos, foi detido por lesão corporal e resistência. Um jovem de 24 anos da Bahia foi levado à delegacia por desacato, três do Espírito Santo, por pichação e porte de arma branca. O trio tinha 47, 34 e 31 anos. Outro homem, de 30 anos, do Recife, também foi detido por dano a bem público. A secretaria informou que, por se tratarem de crimes de menor potencial ofensivo, os detidos assinaram um termo de compromisso e foram liberados. No entanto, eles serão convocados pela Justiça futuramente.”

Conclusão

A informação compartilhada nas redes sociais mistura fotos de casos diferentes ocorridos em 2005 e 2017 e distorce fatos para dar a entender que o STF foi omisso nesse caso. Houve um princípio de incêndio no ministério da Agricultura e oito vândalos foram presos!

Gilmar Henrique Lopes é Analista de Sistemas e, em 2002, criou o E-farsas.com (o mais antigo site de fact checking do país!) que tenta desvendar os boatos que circulam pela Web. Gilmar é o autor do livro "Caçador de Mentiras" pela Editora Matrix e da aventura de ficção infantojuvenil "Marvin e a Impressora Mágica"!

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