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O TSE destruiu 200 mil urnas eletrônicas após posse de Trump e denúncia da OEA?

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O TSE destruiu 200 mil urnas eletrônicas após posse de Trump e denúncia da OEA?

O TSE destruiu 200 mil urnas eletrônicas após posse de Trump e denúncia da OEA?

É verdade que o TSE se livrou de 200 mil urnas eletrônicas para sumir com as provas de fraude nas eleições após denúncia de Trump à OEA?

A alegação começou a se espalhar nas redes sociais na primeira semana de março de 2025, sendo bastante compartilhada também em grupos de WhatsApp. De acordo com a denúncia, o Tribunal Superior Eleitoral teria ordenado a destruição de 200 mil urnas eletrônicas usadas nas últimas eleições presidenciais e o ato suspeito teria ocorrido após a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. As publicações dão a entender que o TSE estaria tentando se livrar de provas de que houve fraude nas eleições de 2022, pois a destruição das urnas teria ocorrido logo após denúncia feita pela Organização dos Estados Americanos (OEA).  

Será que isso é verdade ou mentira?

Texto de uma das versões compartilhadas no Twitter em março de 2025: “As quase 200mil URNAS ELETRÔNICAS destruídas pelo TSE ,logo após a eleição do Trump e a visita do correspondente da OEA escondiam alguma informação suspeita?” (foto: Reprodução/Twitter)

Verdade ou mentira?

Muitos criadores de desinformação usam a verdade para mentir. É o caso dessa história que circulou nas redes: usaram parte de uma notícia real para espalhar mentiras.

É verdade que a Justiça Eleitoral destinou 195 mil urnas eletrônicas, mas é falsa a afirmação sobre alguma falcatrua no processo. No dia 21 de fevereiro de 2025, o TSE informou que as urnas descartadas eram do modelo UE 2009, usadas por 10 anos antes de serem separadas para a reciclagem.   

A Justiça Eleitoral também explicou que o descarte das urnas compõe o Plano de Logística Sustentável (PLS) do TSE (2021-2026), aprovado por meio da Portaria TSE nº 98, de 16 de fevereiro de 2023, e tem como meta descartar, de forma ambientalmente correta, 100% do material gerado.

A entidade ainda completa:

“O Contrato TSE nº 52/2023 foi assinado em 21 de dezembro de 2023 e publicado no Diário Oficial da União (DOU) no dia seguinte. O recolhimento foi finalizado em 16 de outubro de 2024. A empresa NGB Recuperação e Comércio de Metais tem até junho de 2025 para concluir a destinação ambientalmente correta da totalidade do material. Um total de R$ 1,7 milhão foi recolhido aos cofres públicos.”

É importante ressaltar que as urnas descartadas não possuíam nenhum dado das eleições nas quais foram utilizadas.

Esse não foi a primeira vez que o TSE faz esse tipo de descarte. Desde 2008, a entidade descarta de forma ecológica as urnas eletrônicas obsoletas. Em 2010, por exemplo, foram descartadas mais de 84 mil urnas do modelo fabricado em 1998. Já em 2012, o descarte das urnas fabricadas em 2000 e 2002 gerou cerca de 2.800 toneladas de material eletrônico.

Veja como é o processo de descarte ecológico das urnas eletrônicas no site do TSE.

Não encontramos nenhuma denúncia por parte da OEA a respeito de supostas fraudes nas urnas eletrônicas.

Conclusão

Não é verdade que o TSE destruiu 200 mil urnas eletrônicas para sumir com provas de fraude nas eleições presidenciais! O processo de descarte ocorre em períodos determinados em lei e é feito de forma ecológica e reciclável.

Gilmar Henrique Lopes é Analista de Sistemas e, em 2002, criou o E-farsas.com (o mais antigo site de fact checking do país!) que tenta desvendar os boatos que circulam pela Web. Gilmar é o autor do livro "Caçador de Mentiras" pela Editora Matrix e da aventura de ficção infantojuvenil "Marvin e a Impressora Mágica"!

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